2 de agosto de 2017

É possível desenvolver novos produtos com métodos ágeis?

A idealização de uma iniciativa de métodos ágeis é o início de qualquer inovação de sucesso. E é por meio dessa visão que são desenvolvidas novas soluções. Contudo, é comum que muitas organizações enfrentem problemas para atender às expectativas dos clientes ao assumir projetos de desenvolvimento de novos produtos. Nesse contexto, falhas na comunicação que […]

A idealização de uma iniciativa de métodos ágeis é o início de qualquer inovação de sucesso. E é por meio dessa visão que são desenvolvidas novas soluções. Contudo, é comum que muitas organizações enfrentem problemas para atender às expectativas dos clientes ao assumir projetos de desenvolvimento de novos produtos. Nesse contexto, falhas na comunicação que impeçam a compreensão profunda do escopo e dos requisitos do cliente ou mesmo a falta de testes para o lançamento de uma inovação tendem a frustrar completamente os resultados esperados.

Por isso, é interessante aliar ao gerenciamento ágil a criação de um protótipo ou modelo de testes, tal como previsto no conceito de Minimum Viable Product (MVP). Essa é a combinação perfeita para potencializar o sucesso de qualquer projeto! Quer saber mais? Então acompanhe os tópicos seguintes:

Experimentação e testes

Para o desenvolvimento de novos produtos, é ideal promover uma combinação de experimentações práticas, que podem consistir na geração de um protótipo descartável ou de um incremento ao produto já existente. A intenção dessa iniciativa é levantar dados para validar hipóteses, bem como características sobre esse lançamento. No caso, é importante ter em mente que, como se trata de um produto experimental, deve ser simples. O objetivo é antecipar o vislumbre de uma potencial falha antes que ela venha a se apresentar tarde demais para uma intervenção efetiva.

Novos produtos e o Scrum

Assim como se faz no Scrum, tendo a visão de um product backlog inicial, é possível desenvolver o mínimo de funcionalidades necessárias para validar as hipóteses. Dessa forma, o desenvolvimento de novos produtos pode atuar em conjunto com os métodos ágeis. Tendo um número mínimo de funcionalidades necessárias para promover a etapa de testes, é possível solicitar o feedback dos usuários e clientes. Caso esse retorno seja positivo, faz-se a adaptação do backlog, incrementando, por exemplo, novas ideias que ajudem a transformar a concepção inicial em um produto de sucesso. Quando o feedback contrariar uma suposição feita na visão, deve-se alinhar a visão e o product backlog, para que ambos passem a corresponder.

É interessante combinar o incremento ao produto existente e a criatividade participativa do processo de desenvolvimento, gerando um ponto de equilíbrio que satisfaça a visão do negócio e uma perspectiva de inovação que não desvirtue o produto do seu caminho. Isso quer dizer que produtos de sucesso são resultado da integração de modelos mentais entre os desenvolvedores e aqueles que irão, na prática, usá-los. Nesse processo, a prototipação, somada aos métodos ágeis, põe o time de desenvolvimento em contato com os clientes para identificar as reais demandas do público, dando início ao processo de inovação.

A experiência prática conquistada ao testar o produto ajuda a compreender o que o mercado deseja. Assim é possível fazer ajustes a fim de tornar o produto eficiente. Por essas e outras é que investir em protótipos funcionais, sejam eles físicos ou digitais, é primordial. Afinal de contas, essa validação por meio de testes acaba sendo mais importante que as próprias entregas de trabalho que serão disponibilizadas mais tarde pelo time.

Inovações e demais métodos ágeis

Curiosamente, as características do gerenciamento ágil de projetos está em contraste direto com os métodos tradicionais de desenvolvimento de produtos. Enquanto os modelos convencionais congelam os requisitos desde o início, a gestão ágil funciona de maneira incremental. É comum, por exemplo, que organizações de engenharia estruturem linhas rigidamente claras de autoridade, com cronogramas de desenvolvimento elaborados, muitas vezes, com grande antecedência.

Nos dias atuais, a maioria das organizações de desenvolvimento de software utiliza o gerenciamento ágil, porém, sua aplicabilidade ao desenvolvimento de novos produtos requer alguma adaptação. É preciso que haja mais foco na colaboração e na resolução de problemas do que em seguir um processo ou procedimento específico. Como o desenvolvimento de novos produtos normalmente abrange várias disciplinas, os especialistas devem se organizar em melhores equipes, repassando a esses times a autonomia necessária para resolverem problemas por conta própria.

Desenvolvimento de produtos

Existem muitos estudos e relatos publicados a respeito de como implantar os métodos ágeis. Contudo, muito do que é dito se aplica, sobretudo, ao ambiente de uma empresa que se dedica ao desenvolvimento de softwares e não a uma organização que se presta à criação de novos produtos. Felizmente, muitos dos passos são semelhantes, mas existem algumas diferenças a serem observadas no desenvolvimento ágil de novos produtos. Veja:

Envolvimento de interessados

O desenvolvimento de um produto de engenharia, por exemplo, compreende sistemas mecânicos e elétricos, bem como a fabricação de materiais, processos de qualidade, fornecimento, serviços e assim por diante. E todas essas são variáveis muito significantes, pois dizem respeito a um número muito mais diversificado de pessoas do que no desenvolvimento ágil de um software. No caso do software, tem-se principalmente desenvolvedores de sistemas. Assim, logo no início, o gerente de projeto deverá reconhecer essa complexidade organizacional e auxiliar as equipes para que se organizem.

Estrutura de auto-organização

Em um primeiro momento, pode-se imaginar que os métodos ágeis consistem em um modelo caótico, devido à política de auto-organização e à falta de ênfase em processos formais. Contudo, não é porque não existe a necessidade de cumprimento de procedimentos formalizados que o desenvolvimento ágil não está estruturado. Na prática, a realidade é outra: a organização é colaborativa. E para que flua da melhor maneira possível, os gerentes de engenharia devem permitir que seus colaboradores passem por essa transição naturalmente.

Embora os métodos ágeis apresentem discrepâncias entre seus modelos, eles compartilham várias características semelhantes, incluindo, por exemplo, o desenvolvimento iterativo, o foco na comunicação e a minimização do esforço aplicado em artefatos intermediários. Com isso, a concentração dos esforços se volta para a geração de valor ao cliente.
A aplicação dos métodos ágeis no que se refere ao prisma do produto é mais recomendada quando os requisitos estão nascendo e mudando constantemente. Mas, de fato, não há um consenso pleno nesse aspecto, cabendo à própria organização decidir. Contudo, combinando as práticas de MVP, utilizando protótipos e reiterados testes, além dos métodos ágeis, as chances de êxito no desenvolvimento de um produto de sucesso são, sem dúvida, potencializadas.

E na sua empresa, quais são as práticas utilizadas no desenvolvimento de novos produtos? Deixe seu comentário e compartilhe conosco suas experiências!