2 de agosto de 2017

Gestão de projetos: afinal, o que é agilidade?

A gestão de projetos ágil nasceu como uma modalidade de gerenciamento usada na Engenharia de Software. Pode-se dizer que é uma abordagem leve, que tem como característica principal a pouca intervenção por parte do gestor. É também um modelo que se destaca por promover empowerment em todos os níveis do projeto. E por mais que […]

A gestão de projetos ágil nasceu como uma modalidade de gerenciamento usada na Engenharia de Software. Pode-se dizer que é uma abordagem leve, que tem como característica principal a pouca intervenção por parte do gestor. É também um modelo que se destaca por promover empowerment em todos os níveis do projeto.

E por mais que um gerente ágil deva ser fortalecido juntamente com seus líderes de equipes, são os desenvolvedores e testadores os protagonistas do desenvolvimento das tarefas, quem efetivamente põe a mão na massa. Por isso, devem também receber poder. Quer saber mais sobre a agilidade na gestão de projetos? Então acompanhe os tópicos seguintes:

Empowerment

Mas o que, afinal, significa empowerment? O termo se traduz com a ideia de o indivíduo assumir a responsabilidade pela entrega de determinado item com valor agregado. Esse compromisso faz com que o indivíduo determine o que é efetivamente necessário e atue junto aos demais membros para conceber a melhor forma de entregar essa saída, sempre com o máximo de qualidade e o mínimo de esforço. Esse tipo de delegação de responsabilidade transforma cada membro do time em autor do desempenho do projeto. É traduzido como Empoderamento por alguns autores.

Valor

Para que a consciência de poder seja fortalecida de forma eficaz, os colaboradores precisam compreender o conceito de criação de valor agregado. Eles precisam entender exatamente o que sua organização realiza, para assim poder acrescentar valor ao negócio. Se o grupo de desenvolvimento é parte de um departamento de TI, por exemplo, então os desenvolvedores precisam ter o entendimento sobre o valor de negócio que será entregue pelo desenvolvimento de suas aplicações. O segredo está em focar na entrega de valor da forma mais eficiente possível. É esse o cerne da ciência do gerenciamento. Na prática, membros fortalecidos da equipe não precisam necessariamente entender de gerenciamento, mas sim ter uma boa noção de criação de valor.

Objetividade

Uma boa gestão de projetos ágeis é objetiva e está fundamentada na realidade. Por isso, bons gerentes devem não só conhecer, mas também aceitar a realidade. Para que possa se tornar autor de decisões assertivas, um gerente precisa conhecer a fundo o contexto de um negócio. Para isso, as métricas do projeto precisam ser coletadas, já que são essas as ferramentas que oferecem um diagnóstico sobre o cenário atual do projeto. Então guarde desde já que sem métricas simplesmente não pode haver gestão.

Métrica

Durante muitos anos, por mais que diversas métricas tenham sido coletadas, duas se sobressaíram. São elas: o número de horas trabalhadas em uma atividade e a quantidade de linhas de código. Mas há também uma outra métrica muito utilizada que se refere ao número de defeitos por mil linhas de código. Contudo, muitas metodologias ágeis criticam veementemente a coleta de métricas. De toda forma, ainda que não haja consenso, a gestão ágil evidencia que as métricas podem sim ser instrumentos muito eficazes no desenrolar de um projeto.

E o objetivo realmente não é afirmar que as teorias da administração na Engenharia de Software estão equivocadas. Em vez disso, a intenção é dizer que alguns aspectos de gestão de projetos em desenvolvimento de software foram mal orientados, errando ao deixar de lado o fator mais importante: a criação de valor. De fato, se a maior parte dos autores de metodologias de software tivessem dado atenção à prática em detrimento da teoria, os métodos se concentrariam na criação de valor em vez de nas restrições de custo, destacando-se mais cedo e, consequentemente, proporcionado melhores resultados. Assim, podemos afirmar que as métricas ideais são simples e relevantes, mensurando o valor criado.

Foco

Considerando que o gerente de projetos deve entregar resultados, ele precisa manter o foco. A teoria das restrições estabelece que esse profissional precisa se voltar para o fator restritivo, ou seja, aos ofensores que prejudicam a produtividade. E essa perspectiva é muito poderosa principalmente por duas razões:

• Direciona os esforços da gerência para onde ela é mais urgentemente necessária e concentra os investimentos nas áreas geradoras de maior retorno, por meio do aumento na produtividade;

• Aumenta a produtividade geral ao se concentrar na restrição do sistema.

Essa teoria consiste, portanto, em um método para atingir a eficácia global (eficiência de valor) em vez de a eficiência de custo local dos métodos gerenciais tradicionais. Muitas tentativas antes aplicadas à gestão de métricas para desenvolvimento de softwares eram embasadas na eficiência e nas otimizações locais inspiradas por modelos tradicionais. A gestão ágil, por sua vez, é fundamentada, sobretudo, na eficiência de valor.

Pessoal

Uma boa gestão de projetos ágil compreende que o modelo de serviço ideal vem de baixo para cima. Nesse caso, um bom gerente cumpre o papel de servir a equipe com sua força de trabalho. Consequentemente, os gerentes falhos agem como se os colaboradores devessem trabalhar para eles. Com isso em mente, percebe-se logo que os papéis se encontram invertidos na maior parte das empresas. De fato, são os membros do time que criam valor. Os gerentes apenas guiam. Assim, se os gerentes não são geradores de valor, seu papel consiste em servir a equipe, exterminando os impeditivos que cerceiam sua produtividade.

Agilidade

O Extreme Programming (XP), o Scrum e o Feature Driven Development (FDD) são ótimos exemplos de métodos de desenvolvimento ágil, já que todos seguem princípios centrados na geração de valor agregado. Eles focam na entrega efetiva de valor, estabelecem a delegação e o empowerment (termos também conhecidos como autogestão), além de fomentarem um estilo gerencial livre, com intervenção mínima. Fora isso, eles também valorizam o capital humano, reconhecendo que são os membros do time que fazem a diferença. Vale a pena insistir que no desenvolvimento de software, o modelo de serviço deve funcionar de baixo para cima, dando aos desenvolvedores autonomia suficiente para criarem os códigos com geração de valor.

Gestão

A gestão de projetos tradicional e o desenvolvimento ágil definitivamente não são mutuamente excludentes. E ninguém deve se convencer do contrário. Enquanto é possível se valer das métricas de gestão, é necessário construir modelos de aferição orientados ao valor agregado nas entregas. E isso sim é agilidade!

Na verdade, a gestão ágil não é nenhuma novidade. E o mesmo pode ser dito sobre os princípios do desenvolvimento ágil de software. Se ainda não os conhece, clique aqui e descubra quais são seus 12 princípios!